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Uma escola para Guiné-Bissau

Concurso Publico Nacional de Arquitetiura , Outubro 2010

A construção da escola para Guiné-Bissau deve ser uma atividade para a comunidade, deve funcionar como a primeira lição a ser aprendida.

A reunião entre as pessoas da comunidade para o multirão é a oportunidade para se discutir a arquitetura, o modo de vida e as projeções para o futuro. Relembrar técnicas vernaculares e aprender novas tecnologias simples e aplicáveis à realidade local, criar oportunidades e possibilidades.

Por conta do relevo plano e alagadiço do lote de 11.760m² o edifício da escola será implantado em um nível 50cm acima da cota original do terreno. Para isso será feita escavação manual da vala e confecção de alvenaria de pedra argamassada conforme o projeto, onde será preenchido com terra compactada para suporte das fundações.

No local de onde sairá a terra será criado um espelho d´água com 60cm de profundidade.

As salas de aulas, bongolós, banheiros masculino e feminino e a cantina serão dispostas nesse único nível elevado.
A estrutura das edificações será em concreto armado com vedação em tijolos de adobe produzidos pela comunidade. O piso interno das salas também será de adobe. A pintura interna será caiação.
As salas, os banheiros e cantina se interligam pela estrutura em concreto armado no local e em suas projeções recebem cobertura metálica, que fica 0,70m acima da laje. Isso criará um espaço para a circulação do ar que refrescará o ambiente interno.
Os bongolós também receberão cobertura metálica.

Entre as construções ficarão os toldos coloridos e translúcidos que criarão sombras no chão.
Próximo à uma das rampas de acesso se localizará a caixa d´água e o gerador em uma estrutura circular de adobe encimada por uma tela recoberta de vegetação, além da cisterna para a captação e armazenamento da água da chuva. Será utilizada energia solar para a bomba da caixa d´água e o gerador de energia.

O saneamento será sustentável através da implantação de sistema de reúso de águas negras e cinzas.
O paisagismo utilizará espécies nativas como o dendezeiro e a bananeira. Próximo ao espelho d´água serão plantadas mudas de papirus ou semelhantes adequadas ao terreno úmido.