2013, Mogi das Cruzes, São Paulo.
Autores: Frederico Zanelato, Regina Santos, Regina Sesoko, Cassio Riman, Marcella Honoratto e Suzana Nagasawa.
Estudantes: Raissa Maznik, Muara Almeida, Tamie Deno e Pedro Zappa
CASA LEGO
A escolha do terreno foi determinada por sua infraestrutura já consolidada no centro da cidade de Mogi das Cruzes, SP, ao lado dos terminais ferroviário e rodoviário centrais.
Próximo à praças, escolas, comércios e serviços sua implantação se torna mais uma opção de bem estar no centro da urbanidade, hoje tão pouco explorada para habitação.
Num tempo em que casas antigas e comércios tradicionais são demolidos para a construção de grandes lojas de departamento ou estacionamentos para abrigar o enorme volume de carros presentes nas ruas, privilegiar a mobilidade onde seja possível unir a nossa evidente necessidade de morar, trabalhar e consumir é um grande desafio para nós arquitetos.
Procuramos neste projeto romper com a existência do atual mercado da habitação de baixo custo e propor uma alternativa que possibilite aos moradores uma boa qualidade arquitetônica ao mesmo tempo em que vivenciam a cidade.
O projeto da habitação consiste em módulos com estrutura independente, ligados por uma caixa hidráulica que concentra as áreas molhadas de duas habitações na horizontal e que dessa forma podem ser replicadas tanto para cima quanto para os lados.
Entendemos que a casa é um espaço que, sobretudo, tem que proporcionar conforto e isso se dá através da boa qualidade espacial, iluminação e ventilação naturais, eficiência energética e econômica. Dessa forma encaramos a limitação do valor disponível como um desafio e usamos como referência o CECAP de Artigas e Mendes da Rocha para reafirmar nosso partido.
O projeto, de construção racional que utiliza materiais simples, viabiliza a construção das habitações com baixo custo, mas com qualidade espacial, através de soluções que atendem diversos tipos de usuários: família típica, pessoas que moram sozinhas ou compartilham a moradia, com a possibilidade de alteração do layout e reconfiguração da casa pelo morador ou moradores.
A modulação de 5,65m x 10,00m foi definida de modo a aproveitar as ferragens sem perdas, sendo as paredes externas em alvenaria estrutural. As paredes internas em drywall colaboram com o menor peso da estrutura e um menor desperdício de material, além da flexibilização do layout, possível a qualquer instante.
Utilizando esquadrias com diversas configurações de aberturas consegue-se a otimização dos recursos naturais de ventilação e iluminação, além de proporcionar desenhos de fachadas diferenciando as unidades sem, entretanto, evidenciar uma fachada principal.
A implantação dos módulos permite configurações que se adequam a variados tipos de terrenos.
No caso específico deste terreno optamos por 5 blocos de 2 pavimentos, cuja movimentação das fachadas se dá por pilotis. Esses blocos estão interligados por uma marquise sinuosa que dá acesso aos pavimentos superiores e ao terraço jardim, cortando o terreno e inserindo a cidade no conjunto, posto que abaixo dela funcionam comércio e serviços que atendem aos residentes e a população do entorno contemplando com prioridade os ambientes de convivência e lazer.
O orçamento apresentado se refere a uma unidade de 67m² que tem como base o programa de uma habitação social, com 2 quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviços, e o que muito nos ajudou foi o fato da plataforma BIM proporcionar precisão e rapidez na elaboração da planilha dos custos.