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Casa HAZP

2011, Mogi das Cruzes, São Paulo

Autores : Frederico Zanelato, Arthur Pugliese, Fernanda Kano, Regina Sesoko e Milena Mendes

Colaboradores : Regina Santos e Flávio Coutinho

Estagiários : Guilherme Bravin e Nayara Mendes

Fotos: Pedro Abude / Editora Globo

O programa para esta residência, localizada em condomínio fechado, no município de Mogi das Cruzes, atende a um arquiteto, sua esposa e filho. Pensou-se na construção por etapas, à medida que a família fosse crescendo, e na sustentabilidade de seu uso.

O terreno em declive, com um bosque de árvores nativas ao fundo, definiu a ocupação primeiramente em um bloco, de dois pavimentos, preservando a maior quantidade de espécies possíveis. E em uma etapa futura, a ampliação, com a construção de outro bloco mais ao fundo do lote, dedicado aos filhos.

Para a primeira etapa, definiu-se no pavimento térreo a área íntima e no pavimento inferior a área social, com acesso ao bosque.

O volume da casa se abre para a paisagem dos fundos, e seu fechamento posterior se dá por uma composição de materiais, madeira e vidro, mantendo a transparência para as visuais. Já na fachada voltada para a rua, optou-se por um fechamento menos vazado, em alvenaria e vidro, reservando a intimidade dos dormitórios. Em ambas as fachadas percebe-se o pórtico formado pelos beirais em balanço e as grandes empenas laterais.

Dois elementos em concreto sarrafeado aparente se destacam do volume principal da casa: a caixa de entrada, no pavimento térreo, cujo acesso se dá por uma rampa, e a caixa da sala de jantar, no pavimento inferior.

Para a segunda etapa, o bloco de dormitórios é independente, e sua ligação com o corpo principal é feita por uma passarela de madeira, sem interferir no terreno natural.

Situada em área com vegetação nativa, pensou-se na aplicação de medidas que diminuam o impacto no ecossistema local e ao mesmo tempo proporcionem um ambiente agradável e saudável aos novos moradores. As aberturas da casa privilegiam a ventilação cruzada. O bosque nos fundos do terreno é preservado, mantendo a temperatura amena, criando áreas sombreadas e protegendo a construção dos ventos e raios solares diretos. As águas pluviais são armazenadas em reservatório próprio e reutilizadas para os cuidados com os jardins e limpeza de áreas externas. Como o condomínio não possui rede de coleta de esgoto, este passa por um sistema de tratamento no próprio lote.

Consegue-se, então, conceber um ambiente integrado entre espaço construído e espaços livres verdes, com sustentabilidade e o menor impacto ambiental, onde as visuais, os cheios e vazios são trabalhados conjuntamente com os materiais escolhidos proporcionando o bem-estar dos moradores.